AUMENTO DE INGESTÃO DE ÁGUA

Pode ser um sinal de doença
Ao contrário do que muita gente pensa quando um animal bebe muita água, por norma, não é sinal de um bom funcionamento dos rins e dos restantes órgãos.
Um cão ou um gato não devem beber mais do que 60-90ml/kg por dia de água. Deste modo, o excesso de ingestão de água deve ser um sinal de alerta que o deverá trazer o seu animal de estimação ao veterinário.
Algumas doenças como insuficiência renal, infeção uterina, diabetes, hipertiroidismo ou hiperadrenocorticismo podem provocar este tipo de sintomatologia e exigem um diagnóstico e tratamento precoce para um melhor prognóstico.

ALTERAÇÕES NA MICÇÃO

O que fazer?
O seu animal anda a urinar em locais que antigamente não urinava?
Parece ter dificuldade a urinar ou anda a urinar “às pinguinhas” ?
Estes são alguns sinais de alerta que deverá ter sempre em atenção no seu patudo.
Existem diferentes doenças capazes de provocar estas alterações (infeções, cristais, cálculos ou tumores). Entre elas os cálculos ou pedras urinárias são as mais frequentes. Estes cálculos formam-se em urinas com um pH muito alterado. As urinas muito ácidas ou muito alcalinas predispõe a cristais e cálculos de oxalatos de cálcio) e estruvite respetivamente. Particularmente em cães a cristalúria (cristais na urina) pode estar associada a infeções urinárias.

PRURIDO/ COMICHÕES

O que fazer?
Esta é uma das principais razões pelas quais os donos de cães e gatos procuram o veterinário. O prurido ou comichão tem diferentes causas, nomeadamente alergia a pulgas, infeções de pele, fungos, sarnas e outras alergias. As pulgas são a causa mais frequente deste problema, até porque muitos cães e gatos são alérgicos à saliva da pulga. Deste modo, sempre que uma pulga pica o animal origina um eritema da pele com inflamação local e comichão. O nosso conselho é ter sempre em dia a profilaxia das pulgas. Existem muitos produtos desde comprimidos a pipetas, quer de duração mensal quer trimestral. Para cada animal deverá ser escolhido o mais adequado. Para mais esclarecimentos procure ajuda junto das nossas clínicas.

GATINHOS ORFÃOS

O que fazer?
É importante fazer uma avaliação do estado geral do gatinho o mais cedo possível. Pesquisar a existência de pulgas ou de outros parasitas, de infecções do umbigo e dos olhos muito frequentes em gatinhos. Corrimento ocular, pálpebras salientes antes da abertura dos olhos, que deve ocorrer por volta do 10º dia de vida, são sinais de oftalmia neonatal, doença que quando tratada atempadamente não provoca dano permanente. De uma forma geral, em animais muito jovens é importante avaliar a forma como reagem ao meio ambiente, a postura, a locomoção, a higiene, a condição corporal, a temperatura rectal e as frequências cardíaca e respiratória. A escolha do alimento e forma de administração deve ser feita de acordo com a idade do gatinho mas também em função da sua condição corporal. Todos estes temas e outros iremos abordar de uma forma simples e de caracter informativo ao longo deste artigo.

Critérios para determinação da idade de um gatinho:
  • Temperatura rectal
    A temperatura rectal num recém nascido é entre 36 e 37ºC e num gatinho com mais de 4 semanas é entre 38 e 39ºC
  • Peso
    À nascença pesam entre 80 a 140g. Aumentam cerca de 50 a 100g por semana ou 10 a 15g por dia. Quando fazem duas semanas deverão ter duplicado o peso.
  • Dentição
    Os dentes incisivos são os primeiros e únicos até às 3 a 4 semanas de idade, altura em que nascem os caninos. Os pré molares são os últimos a nascer por volta das 5 a 6 semanas. Não existem molares de leite.
  • Olhos
    As pálpebras abrem por volta dos 10 dias. A visão só é normal com 1 mês e a coloração adulta da íris ocorre entre as 4 e 6 semanas de idade.
  • Orelhas
    Abertura dos canais aos 9 dias e audição funcional entre as 4 e 6 semanas.
  • Locomoção
    Começam a andar entre as 2 e 3 semanas.
  • Eliminação voluntária
    A partir das 3 a 4 semanas. Até lá é importante estimular estes reflexos realizando massagens na zona anal e genital de forma suave após cada refeição.
Problemas comuns em gatinhos órfãos:
  • Temperatura rectal
    A temperatura rectal num recém nascido é entre 36 e 37ºC e num gatinho com mais de 4 semanas é entre 38 e 39ºC
  • Hipoglicémia
    ocorre quando a glucose no sangue está muito baixa (inferior a 50mg/dl). Gatinhos com hipoglicémia apresentam letargia, prostração, anorexia , ritmo respiratório e frequência cardíaca baixos. Os gatinhos não têm reservas e por esta razão qualquer causa como o vómito, a diarreia, infecções, hipotermia e má nutrição podem levar a hipoglicémia. Não se deve tentar alimentar um gatinho hipotérmico pois o risco de provocar uma pneumonia por aspiração.
  • Desidratação
    resulta da incapacidade dos gatinhos jovens em conseguirem concentrar a urina face a uma situação de perda de fluidos quer por vómito, quer por diarreia ou falta de ingestão de líquidos. O grau de hidratação das mucosas e a côr da urina são os melhores meios de avaliação do grau de desidratação de gatinhos. As mucosas devem estar húmidas e a urina clara.
  • Doenças infecciosas
    são comuns em gatinhos de rua e resultam de transmissão através das mães ou do meio ambiente. Os agentes virais mais comuns são Herpesvirus, Calicivirus, o virus da Panleucopénia felina, da Peritonite infecciosa felina ou PIF e da Leucemia felina ou FeLV. Os agentes bacterianos mais frequentes são a Pasteurella, o Staphilococus, o Streptococus, a Bordatella, a Clamidofila e os agentes parasitários Toxoplasma e Mycoplasma. Em gatinhos jovens a terapia medicamentosa deve ser ajustada à idade do animal, à sua capacidade de absorção e metabolização de fármacos. A mãe transmite imunidade ao filho através do colostro apenas durante as primeiras 18 horas de vida e a os gatinhos só começam a ser capazes de produzir anticorpos a partir das 4 semanas. O calendário de vacinação deverá ser iniciado por volta das 8 semanas e de acordo com o estado clínico do animal.
  • Nutrição
    deve ser a mais adequada à idade do animal. Durante as primeiras semanas de vida deve ser administrado leite de substituição especialmente formulado para gatinhos e preparado segundo as instruções do fabricante. Inicialmente recomendamos uma diluição maior para prevenir em caso de diarreia por mudança súbita de alimentação. O leite deve ser aquecido em banho maria até 38ºC e se o gatinho não apresentar reflexo de deglutição deverá ser alimentado de outra forma por indicação do veterinário. Na primeira semana o intervalo entre refeições deve ser entre 2 a 4h e os gatinhos devem ser pesados uma vez por dia. Até às 4 semanas é fundamental estimular a defecação e micção, bastando para isso limpar a cada refeição a área anogenital com algodão humedecido em água tépida.
    A partir das 4 semanas deverá ser introduzida a comida sólida, inicialmente misturada com o alimento anterior e progressivamente substituindo-a completamente por volta das 8 semanas, altura em que o animal deverá ser capaz de se alimentar apenas de alimentos sólidos.
  • Parasitas intestinais
    são muito frequentemente a causa de má condição corporal, vómito, diarreia, cólica e falha na resposta a vacinação. Idealmente os gatinhos devem ser desparasitados por volta das 4 semanas em conjunto com a mãe e a grande parte dos gatinhos órfãos de rua em virtude de más condições ambientais estão sujeitos a maior variedade de infecções concomitantes.

BRAQUICÉFALOS e SINDROME RESPIRATÓRIO OBSTRUTIVO

O que é?
Os sintomas associados ao síndrome respiratório obstrutivo ou síndrome dos braquicefalos variam na sua apresentação e intensidade e são os seguintes:
  • intolerância ao exercício
  • dispneia,
  • dificuldade respiratória
  • disfagia, vómito, regurgitação
  • estertores respiratórios
  • cianose das mucosas
  • apneia do sono
  • colapso
  • morte
O diagnóstico correcto e precoce é a unica forma de diminuir a prevalência de complicações resultantes do síndrome respiratório obstrutivo.

  • O que são braquicéfalos?
    São raças de cães e gatos que têm um comprimento do crânio menor que o normal, conferindo-lhe um aspecto de focinho achatado ou curto. A relação entre a largura e o comprimento do crânio é igual ou superior a 0,81:1. Em contrapartida os tecidos moles da face, nariz e nasofaringe são normais mas em excesso para as dimensões do crânio.

  • Quais as raças de cães braquicéfalos?
    Pugs, Bulldogs, Boston terrier, Pequinois, Shitzu, Lasa apso, Boxer, Cavalier king Charles, Pincher, Chihauhas.

  • Quais as raças de gatos braquicéfalos?
    Persas, Himalaias.

  • Quais são as manifestações primárias ou congénitas do síndrome respiratório obstrutivo?
    - Narinas estenóticas
    - Palato mole comprido
    - Hipoplasia da traqueia.
    A hipoplasia da traqueia é frequente em Pugs e diagnostica-se através da realização de rx torácico e do racio entre a medida TD do lumen da traqueia a nível da 1ª vértebra torácica e a medida TI desde a face ventral da 1ª vértebra até à face dorsal do esterno. Se TD/TI é inferior a 0,16 é hipoplásica.

  • Quais são as manifestações secundárias ou adquiridas do síndrome respiratório obstrutivo?
    - Inflamação e edema do palato e laringe
    - Eversão dos sacos laringeos
    - Eversão das tonsilas
    - Colapso laríngeo
    - Colapso bronquico
    - Diminuição da abertura da glote
    São consequência do trauma continuado devido à resistência a passagem do ar ao longo das vias respiratórias. O síndrome respiratório obstrutivo é uma doença progressiva em que os sinais clínicos podem evoluir até uma crise respiratória com colapso da laringe e asfixia. A apneia do sono resulta do relaxamento dos musculos da laringe e com o tempo contribui para o colapso da laringe.

  • Em que idade surge este síndrome?
    A idade em que surgem os sinais clínicos é variável e dependente do grau ou intensidade de resistência à passagem do ar, da fisionomia do animal e se é macho ou fêmea. Nos machos a incidência é 2x superior à observada nas fêmeas. Alguns cães só apresentam sintomas a partir dos 2 anos de idade e outros sofrem colapso laringeo devido ao facto de as cartilagens serem mais moles. Sabe-se que quanto maior a condição corporal (animais gordos) maior a prevalência do síndrome respiratório obstrutivo. Por todas estas razões é importante realizar um exame físico cuidadoso, o mais cedo possível nestas raças, dedicando especial atenção à abertura das narinas, a sinais de estertor ou sibilo inspiratório, a evidência de aumento do esforço respiratório durante o exame.

  • Em que idade se deve recorrer a correção cirúrgica?
    A intervenção médica e/ou cirúrgica precoce pode evitar as complicações desta síndrome e permitir melhoria da qualidade de vida destes animais. A resistência à passagem do ar pelas aberturas estenóticas das narinas corresponde a cerca de 76,5% do total da resistência oferecida ao longo de trato respiratório. Esta resistência é igual durante a inspiração e expiração. Animais em que a capacidade respiratória através das narinas e laringe está diminuída em cerca de 50% fazem um esforço 16 vezes superior ao normal. A idade a intervir cirurgicamente depende da gravidade dos sintomas na altura do exame clinico. Nós defendemos a realização de rinoplastia ou correcção de narinas estenóticas a partir dos 4 meses e sempre quando da esterilização aconselhamos a realização simultânea da rinoplastia e recessão palato. A rinoplastia e palatoplastia ou recessão do palato são feitas com laser CO2, técnica mais rápida e com melhores resultados na recuperação para a resolução cirúrgica destas anomalias.

  • Complicações gasto-intestinais em Braquicéfalos
    É frequente animais com síndrome respiratório obstrutivo apresentarem sintomas gasto-intestinais como vómito, regurgitação e pitiatismo. Estes animais têm frequentemente malformações congénitas do trato gastrointestinal como por exemplo hérnia do hiato e estenose do piloro. A prevalência de alterações do trato gastrointestinal encontradas por endoscopia em braquicéfalos são gastrites em cerca de 90% dos animais, duodenites em cerca de 50% e esofagites em aproximadamente 35%. Tambem uma maior condição corporal (animais gordos, machos) apresentam maior prevalência de sintomas gastrointestinais.
    A cirurgia correctiva da estenose das narinas e recessão do palato associado ao tratamento médico da gastrite e duodenite resultam numa melhoria em cerca de 90% dos animais.

DESPARASITAÇÃO

O que é?
Sabia que uma correcta desparasitação é essencial para que o seu gatinho ou cachorro cresça saudável, prevenindo assim também a sua contaminação e a da sua família? Pois é verdade…as principais doenças que os nossos amigos de quatro patas nos podem transmitir são de origem parasitária, daí a necessidade de se realizar uma boa desparasitação que deverá ser iniciada no início de vida do animal e que deve ser repetida periodicamente ao longo desta.
  • Desparasitação externa
    A desparasitação externa protege o seu cachorro ou gatinho contra ectoparasitas como são o caso das pulgas e carraças que são portadores de várias doenças que podem afectar o seu animal e a sua família. Aliás a expressão “febre da carraça”, tão comummente empregada, corresponde na realidade a um conjunto de doenças parasitárias (como a babesiose, erlichiose, entre outras doenças) que podem ser transmitidas através da picada de uma carraça infectada. Assim sendo, torna-se necessária a desparasitação dos nossos animais de estimação e a prevenção de novas infestações, existindo nos dias de hoje vários produtos para este efeito.

  • Desparasitação interna
    Vulgarmente designadas de lombrigas ou “bicha solitária”, também os parasitas intestinais podem afectar o seu animal de companhia e a sua família. Na realidade estas expressões designam um conjunto de parasitas intestinais, como as ténias, ascarídeos, ancilostomatídeos e tricurídeos que podem originar sintomas como diarreia crónica, mau estado geral do pêlo, perda de peso ou crescimento retardado no caso de animais muito jovens. Assim torna-se importante apostar na prevenção destas doenças através do estabelecimento de um bom plano de desparasitação, que deverá ser estabelecido em conjunto com o seu Médico Veterinário, que terá em conta o estilo de vida do animal e a composição do seu agregado familiar para estabelecer assim o protocolo de desparasitação mais indicado.
Existem hoje em dia no mercado diversos produtos como, pipetas spot on, coleiras ou anti-parasitários orais para prevenção destas doenças. Informe-se junto do seu Médico Veterinário sobre quais os produtos aconselhados para o seu amiguinho de quatro patas.

PROCESSIONÁRIA – Uma lagarta perigosa

O que é?

Thaumetopoea pity de nome científico, esta lagarta é vulgarmente conhecida como lagarta do pinheiro ou processionária. Parte do seu ciclo de vida ocorre na copa dos pinheiros, no entanto, no fim do inverno e durante a primavera estas abandonam a copa dos pinheiros e dirigem-se em procissão (daí o seu nome) para se enterrarem a alguns centímetros de profundidade e então completarem o seu ciclo de vida. Esta constitui a altura mais perigosa para os nossos animais de estimação, que sendo naturalmente animais curiosos vão cheirar e por vezes lamber esta lagarta que possui pêlos urticantes que secretam substâncias toxicas, como a taumatopoína, pelo que quando estas entram em contacto com o nariz ou língua do animal podem desencadear reações alérgicas ligeiras, como prurido ou eritema, ou até mesmo reações bastante severas podendo inclusivamente em casos mais extremos levar à morte.

Os sinais típicos incluem
salivação intensa, dificuldade em comer e beber, dificuldade respiratória, focinho inchado, tremores, aumento do tamanho da língua, entre outros. Caso o seu animal apresente algum destes sintomas ou suspeite que este possa ter tido contacto com a processionária, isto constitui uma emergência médica, pelo que deve de imediato levá-lo ao seu Médico Veterinário.

DIABETES MELLITUS

O que é?
A diabetes mellitus ocorre devido a uma deficiência absoluta ou relativa nos níveis de insulina. A insulina é uma hormona que promove a diminuição da quantidade de glucose (açúcar) que é produzida pelo fígado e que promove a sua entrada nas células para obtenção de energia e para que esta possa ser utilizada pelos tecidos no mais variados processos. Quando existe uma deficiência na produção, ou uma utilização ineficaz desta hormona os níveis de glucose aumentam na circulação sanguínea, dando origem ao que chamamos de hiperglicémia.

Sinais a ter em atenção:
  • Aumento do consumo de água (polidipsia) ou de comida (polifagia)
  • Aumento da produção de urina (poliúria)
  • Perda de peso

Caso verifique que o seu animal de estimação apresenta ou desenvolve algum destes sintomas deve falar de imediato com o seu Médico Veterinário.

Tratamento
Como posso saber se o meu cão/gato tem diabetes?
  • O diagnóstico desta doença é feito de uma forma muito simples através de uma análise ao sangue e à urina do seu animal de estimação.
  • O prognóstico é geralmente favorável desde que a terapia seja a adequada e que esta seja instituída o mais brevemente possível.
Existe tratamento?
  • Sim. O tratamento tem por base a administração de insulina associado a uma alteração de dieta, sendo de extrema importância a monitorização apertada do paciente diabético, especialmente logo após o diagnóstico para que se possa definir um tratamento adequado.
  • Muitas vezes o diagnóstico precoce determina o sucesso da terapia para esta doença.

LEISHMANIOSE

O que é?

Sabia que a Leishmaniose é uma doença infecciosa parasitária que afecta pessoas e animais domésticos e silvestres em todo o Mundo? Sim, esta doença existe e tem uma grande expressão em Portugal, chegando nas regiões mais afectadas a atingir mais de 20% da população canina.

Quais são os sintomas desta doença? Os principais sintomas são alterações de pele que incluem perda de pelo, alterações oculares, aumento dos gânglios linfáticos, anemia, aumento do baço, magreza excessiva, febre, corrimento sanguinolento pelo nariz e crescimento excessivo das unhas. A longo prazo os animais com Leishmaniose adquirem insuficiência renal e hepática.

Como é que o seu cão pode contrair leishmaniose? Os cães contraem a doença através da picada de um insecto (da espécie flebótomo) infectado por um parasita microscópico – a Leishmania. O Flebótomo prefere zonas de águas paradas e está especialmente activo desde o entardecer até ao amanhecer. Os cães, quando infectados, podem permanecer meses a anos sem terem sintomas, servindo assim de reservatório e infectando outros insectos que vão posteriormente picar cães saudáveis. Como pode constatar, esta batalha é um ciclo vicioso, que todos nós como donos, como veterinários e amantes de animais temos que quebrar.
Lembre-se! Nem o Homem nem cães saudáveis apanham Leishmaniose por contactar com cães infectados. A transmissão é sempre feita pela picada do mosquito!

Tratamento

Março - O mês da Leishmaniose
A nossa campanha tem como principais objectivos a divulgação e sensibilização dos donos dos nossos pacientes para a Leishmaniose Canina. Como tal queremos ajudar, incentivando-o a testar o seu animal para a Leishmania e criando um plano de prevenção contra esta terrível doença.
Porquê este mês? O insecto que transmite a Leishmania fica menos activo nos meses de frio e sobretudo vento. Assim, de Novembro a Fevereiro a probabilidade de o seu animal ser infectado é menor. Por esta razão, testando o seu companheiro de quatro patas em Março não é esperado que esteja a incubar a doença, como tal se o teste do seu animal der negativo é porque há uma elevada probabilidade de ser mesmo negativo. Outro exemplo. Imagine que um cão foi infectado com Leishmania em Junho e é testado em Agosto, o teste irá à partida ser negativo. Porquê? Porque o cão está a incubar a doença, o que não acontece nos meses de Fevereiro e Março.

Profilaxia e Controlo de vetores
É de uma importância vital o combate à propagação desta doença em Portugal. Os métodos preventivos são bastante eficazes e, a longo prazo, mais económicos que o tratamento. Tenha ainda em conta que o tratamento existe sim, mas não existe cura!!! Os cães com leishmaniose têm que tomar medicação diariamente e têm sequelas para o resto da vida!

Quais são então as medidas que pode tomar para prevenir o seu cão?
  • Pipetas mensalmente – principalmente no período de maior actividade de Março a Outubro – repele o insecto que transmite a Leishmania bem como previne e elimina pulgas e carraças. Dica útil! As pipetas podem perder algum do seu efeito quando aliada a banhos. Para não afectar a sua eficácia coloque a pipeta dois dia antes de dar banho ou 3 dias depois, nunca logo a seguir.
  • Coleiras – a Scalibor – repele os flebótomos durante 6 meses.
  • Estimulação imunitária – Leishguard – permite aos cães superar a infecção por leishmaniose potenciando a sua própria imunidade. Deve ser tomada durante 30 dias e confere protecção durante esse mês e nos 3 meses seguintes. É uma opção muito utilizada para cães de raça pequena, para cachorros e para animais que não podem esperar que o esquema de vacinação esteja completo.
  • Vacinação – já existe uma vacina contra a Leishmaniose – o protocolo inicial são 3 aplicações vacinais separadas de 21 dias e seguida de um reforço anual como uma vacina geral. Esta vacina tem que ser sempre administrada isoladamente das outras. É uma opção ideal para cães que passam grande parte do seu tempo na rua e para donos que por algum motivo podem não conseguir aplicar as pipetas e coleira nos intervalos de dias certos deixando os seus cães desprotegidos contra a Leishmania. A aplicação da vacina não deve substituir o uso de pipetas e ou coleira preventiva.